SENTADO NA SACADA, mal entrevisto atrás da balaustrada, o homem observa as moças tomando sol à beira da piscina. Faz que poda distraído umas folhas de hera, mas vê. Claramente vê. A tesoura corta só ar. Animadas, as três amigas conversam estiradas sobre toalhas, espalhando em gestos circulares o bronzeador nas pernas, barriga e braços. O sol arde e a superfície da água reflete manchas trêmulas sobre a pele nua e jovem. A tarde escorregava suave, despreocupada. De vez em quando balançam distraídas os pés ou a cabeça ao ritmo da música vinda do quiosque. Que nojo! diz Lia de repente, franzindo nariz e boca, Um velho tarado. Virando lentamente o rosto para cima em direção ao prédio, Ina suspira: Ooh, coitado! Já Laia, a mão dedilhando a sobrecoxa firme e lisa, nem se mexe. Quase inaudível, murmura meio para si: Que pena! Se fosse ao menos jovem e bonito…
Não há comentários em O Último Verão ou Lia, Ina e Laia
O Último Verão ou Lia, Ina e Laia
